30 May
30May

Três letras que têm movimentado o mundo dos negócios: ESG, acrônimo inglês para Environmental, Social and Governance. Em bom português, diz-se “ASG”, em referência a Ambiental, Social e Governança. Trata-se de uma tendência que é reflexo de um movimento que tem crescido ao longo das últimas décadas, em especial a partir dos anos 2000, com um aumento considerável da preocupação da comunidade científica frente aos impactos do aquecimento global e outras adversidades ligadas ao meio ambiente. Diante das causas desse fenômeno, empresas vêm se mobilizando para adaptar suas práticas a fim de torná-las sustentáveis a longo prazo, diminuindo os danos ambientais e à população mundial.

Além do aspecto do meio ambiente, a sociedade também tem se mostrado cada vez mais preocupada com valores sociais e de governança. Socialmente, tornou-se indispensável garantir um ambiente corporativo diverso. Enquanto isso, com recentes fraudes e escândalos de corrupção, passou-se a prezar mais pela transparência e honestidade nos negócios. 


FATORES ESG 

Em termos mais específicos, ESG pode ser detalhado conforme sua dimensão: 


Fatores Ambientais

Relacionados ao impacto de uma empresa no meio ambiente. Compreende, desta forma, as emissões de gases da companhia, o uso eficiente de recursos naturais no processo de produção (em termos de gasto de energia, água ou materiais, por exemplo), poluição e gestão de resíduos e efluentes (como derramamentos de óleo), além da inovação para ecodesign (design sustentável) dos produtos.  


Fatores Sociais

Abrange a relação da empresa com seus colaboradores (políticas e relações trabalhistas), clientes e sociedade. Estão incluídos aqui, por exemplo, os esforços da companhia para manter trabalhadores leais e clientes satisfeitos. Aspectos relacionados à diversidade, inclusão e envolvimento dos funcionários também são considerados, como o respeito aos direitos humanos e à proteção de dados pessoais.


Fatores de Governança

Refere-se aos mecanismos tradicionais de governança corporativa, que fazem com que a administração atue no melhor interesse de seus acionistas de longo prazo, o que inclui salvaguardar os direitos dos acionistas, manter um conselho com bom funcionamento, ter políticas bem projetadas de remuneração de executivos e de prevenção de práticas ilegais, como fraude e suborno (compliance). Práticas contábeis transparentes e oportunidade ampla de voto aos acionistas em temas importantes também são relevantes. Ainda, engloba a necessidade de diversidade e inclusão (gênero, raça, idade, orientação sexual, etc) no conselho de administração, na gestão e nos processos corporativos.  


“A aceleração da implementação do ESG nas empresas ocorreu em decorrência de questões como a emergência climática, tema tão debatido nas principais reuniões, como as da Organização das Nações Unidas (ONU) e a pressão por migração para modelos neutros em carbono. Além disso, novas regulamentações, principalmente na Europa, criaram incentivos e penalizações no caminho de um modelo sustentável. Importante falar também nas mudanças geracionais, com posicionamento e novas perspectivas que começaram a cobrar comportamentos sociais e ambientais diferenciados”, pontua a professora da Escola de Gestão e Negócios da Universidade do Vale do Rio dos Sino (Unisinos).

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